Mylena Honorato
Não se espante se encontrar por aí um Fábio Júnior diferente, com chapéu, cintão, calça jeans apertada e botas de bico fino. Há mais de 35 anos interpretando músicas que falam de amor, o cantor retorna aos palcos (dia 1º de dezembro na Via Show, em São João de Meriti) com o 25º álbum de sua carreira, ‘Romântico’, um CD com repertório quase todo... sertanejo.
“São canções que meus pais escutavam e que adoro. Uma vez Chitãozinho sugeriu que eu gravasse músicas caipiras. Dez anos depois, Faustão disse a mesma coisa. Pô, isso só pode ter sido um sinal”, acredita.
Começava o ‘parto’ — como o próprio cantor define — para nascer o novo trabalho, que é relaxante e tem uma roupagem pop. “Véio, foi difícil, porque a maioria das músicas é cantada em duas vozes. Substituí a segunda voz pelos vocalistas da banda. Ficou mais suave, com ritmo próximo ao gospel”, explica Fábio.
O disco reúne pérolas do campo, como ‘Cabecinha no Ombro’, ‘No Rancho Fundo’ e ‘Fio de Cabelo’. Dentro desse universo caipira, uma estranha no ninho chama atenção: ‘Amar é Perdoar’, versão de ‘Don’t Know Why’, sucesso de Norah Jones, de quem o cantor é fã. “Essa música ditou o ritmo de todo o álbum”, revela.
Fábio também destaca Vander Lee, compositor da última faixa, ‘Românticos’. “É o grande talento da MPB”, elogia, brincando com a letra da canção, que diz que ‘românticos são espécie em extinção’: “As mulheres dizem que os caras não querem nada sério. Mas ser romântico é da minha natureza”.
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