domingo, 11 de outubro de 2009

"Alô, Alô, Terezinha", polemiza ao reproduzir "Cassino do Chacrinha"

Regina Pintinha, Sandra Pérola Negra, Beth Boné, Índia Potira e Cléo Toda Pura na praia do Leme, no Rio

ANA PAULA SOUSA

"Alô, Alô, Terezinha" leva à catarse. E ao ódio. Nas duas exibições do filme, nos festivais de cinema de Recife e do Rio, a plateia foi abaixo. Cantou com os músicos que lançaram hits no "Cassino do Chacrinha"; gargalhou ao ver um parapente cair sobre Biáfra e interromper o seu "Voar, voar, subir, subir"; divertiu-se com a desafinação dos calouros.

Mas o documentário de Nelson Hoineff desperta também a ira de parte da crítica e do público. "É absurdo expor e ridicularizar os calouros e chacretes desse jeito", disse, à saída do CineOdeon, Anderson Martins, estudante de audiovisual. "Tem intelectual que não consegue rir. Esse filme é coisa de povão, faz o que o Chacrinha fazia", emendou Paulo Girão, professor de música que, quando jovem, esteve no programa do velho e debochado palhaço Abelardo Barbosa (1917-1988).

O filme, em cartaz a partir do dia 30, mais do que compor uma biografia, pretende reviver um tempo e uma TV. O tempo da incorreção política e a TV anárquica. "Quis reproduzir o espírito do Chacrinha. Busco a diversão coletiva do programa de auditório", diz Hoineff. "O reverencial e o politicamente correto me enjoam."

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