quinta-feira, 19 de novembro de 2009

"A Estrada" é melhor livro da década, segundo jornal inglês "The Times"


Folha Online

Cormac McCarthy descreve um futuro "não muito distante" do que pensamos quando usamos a expressão. No entanto, a leitura do romance "A Estrada" reporta diretamente ao presente, tanto que a obra foi considerada a melhor da década pela equipe do suplemento de literatura do jornal inglês "The Times". O veículo considera McCarthy um poeta de extremidade, e considera a narrativa do volume simples. Há pausas no sofrimento dos sobreviventes, mas há também mais frequentemente terror. O jornal compara a concisão da linguagem de McCarthy à do escritor norte-americano Ernest Hemingway por meio de cadências que, às vezes, lembram o ritmo pulsante do padre jesuíta e poeta inglês Gerard Manley Hopkins.

Nessa espécie de futuro atemporal descrita em "A Estrada", as cidades foram transformadas em ruínas, as florestas em cinzas, os céus tornaram-se turvos e os mares estéreis. A narrativa é simples e apresenta um homem e um filho que vagam, assim como todos os outros habitantes que restaram na Terra. Cobertores, um carrinho de compras com escassos alimentos e um revólver são seus infiéis companheiros na imensidão. A dupla segue em busca da salvação tanto de si próprios quanto do mundo. Mal sabem que a estrada a seguir também é um caminho a aceitar e digerir a duras penas. A jornada os mantêm unidos e lhes impulsiona a sobreviver.

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