terça-feira, 3 de novembro de 2009

"Intrépida Trupe" homenageia integrante assassinado, com novo espetáculo


BEATRIZ MOTA, RIO DE JANEIRO

Para quem ganha a vida fazendo arriscadas acrobacias, tropeços e quedas são hábitos da coreografia do dia a dia. Pouco mais de duas semanas depois de levar o maior tombo de sua história, a Intrépida Trupe sacode a poeira em cena, a partir de amanhã. Diante de uma rotina que, a cada passo, recorda a tragédia recente, o grupo decidiu levar em frente o trabalho interrompido com a morte do integrante Caio Guimarães, 36 anos — assassinado por seu irmão em 18 de outubro — e, em sua homenagem, estreia às 20h o espetáculo ‘Projeto Coleções’, no Palácio Gustavo Capanema, no Centro, de graça.

“Passamos por uma semana de muito sofrimento e estarmos com força de terminar o que começamos é uma grande homenagem ao Caio. Ele estava envolvido com o projeto desde o início, foi a segunda pessoa para quem eu contei minha ideia”, lembra a diretora Valéria Martins.

E o passo adiante da Intrépida é também um salto pioneiro em sua história. Pela primeira vez, a trupe junta sua linguagem circense às artes plásticas. Numa exposição de corpos dançantes, o elenco interage com instalações de Raul Mourão, Marta Jourdan, Guga Ferraz e Pedro Bernardes. Pelas dependências do Palácio (conhecido como prédio do MEC), o público poderá acompanhar, sem pagar nada, a evolução de Flávia Costa, Guilherme Lazari, Leonardo Senna, Paulo Mazzoni e Juliana Medella — a substituta de Caio no espetáculo. A acrobata já estava envolvida com o projeto como diretora de movimento.

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