quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Em sua biografia, Glória Pires conta que já experimentou drogas e sofreu com os boatos


POR SARA PAIXÃO

Rio - Neste momento, Gloria Pires está em Paris fazendo a revisão final da sua biografia, ‘40 anos de Gloria’, da editora Geração Editorial. Prevista para chegar às lojas em março deste ano, a obra — organizada pelo roteirista Eduardo Nassife e pelo escritor Fábio Fabrício Fabretti — mostra facetas da atriz desconhecidas pelo grande público.

Um capítulo inteiro é dedicado ao boato de que teria tentado suicídio ao saber de um suposto caso do marido, Orlando Morais, com sua filha mais velha, Cleo Pires, em 1998, o que levou a atriz a processar vários veículos de comunicação. “Gloria diz que se sentiu como se tivesse levado uma pedrada de uma pessoa no meio da multidão. Não sabe de onde veio, mas fez questão de processar quem escreveu aquilo”, explica o roteirista Eduardo, lembrando que a atriz se ressentiu pela filha. “A Cleo era apontada onde quer que fosse, chegava em casa abalada, chorando”, completa ele, afirmando que esse foi o motivo da mudança da família para Los Angeles.

No livro, ela também fala sobre a primeira vez que experimentou drogas. “Era aquela coisa de adolescente, Gloria nunca foi usuária, não gostava de nada que tirasse a lucidez”, adianta Eduardo. Histórias sobre a vida profissional também estão lá, como, por exemplo, a de que, aos 7 anos, bem antes de estourar em ‘Dancin’ Days’ (1978), de Gilberto Braga, Gloria ficou traumatizada por não ter sido escolhida para fazer ‘O Primeiro Amor’ (1972). “Ela recebeu a notícia de que não tinha sido aprovada por Daniel Filho porque não era bonita e levou esse trauma até ser selecionada entre 200 meninas, pelo mesmo Daniel, para ‘Dancin’ Days’”, revela Eduardo, que trabalha há 12 anos com a atriz, organizando todo o material profissional produzido por ela.

O sucesso repentino com Marisa, na trama, fez a jovem, então com 15 anos, descobrir o mundo da fama. “Ela foi muito transgressora. Passou a frequentar festas mesmo sendo menor de idade, andava com pessoas mais velhas. Diz que, enquanto o Daniel Filho bebia demais e o Lauro Corona se drogava, ela era a única que, no final da festa, estava lúcida e cuidava de todo mundo, daí o apelido, dado por Lauro, de Vovó Glorinha”, relata Fabrício.

O livro tem prefácio de Gilberto Braga e Aguinaldo Silva, autores que escreveram para Gloria a inesquecível personagem golpista Maria de Fátima, de ‘Vale Tudo’. Para Eduardo, sua trajetória é exemplar. “O sucesso dela não se deu por escândalos ou tentativas de tesouradas em babá”, brinca. E Fabrício completa: “Ela não precisou mostrar o peito ou sair sem calcinha. Recebeu propostas da ‘Playboy’, mas nunca posou”.

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