quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Ataque de orca mata treinadora nos EUA; brasileiros são testemunhas


Folha Online

Uma treinadora do parque SeaWorld, que fica em Orlando, na Flórida, morreu hoje depois de ser atacada por uma orca. As autoridades responsáveis pela investigação do caso não sabem dizer se a experiente treinadora, Dawn Brancheau, 40, que trabalhava no parque desde 1994, caiu no tanque ou foi arrastada a ele por um dos animais.

O jornal local "Orlando Sentinel" entrevistou um turista brasileiro que disse ter testemunhado a ação. João Lúcio de Costa Sobrinho, 28, contou à publicação que tirava fotos do interior do tanque ao lado da namorada, Talita Oliveira, 20, quando percebeu que uma das orcas levava uma pessoa na boca. "Foi terrível. Foi difícil ver a cena", disse o brasileiro.

Os brasileiros disseram ao "Orlando" que tinham assistido ao show com as orcas do parque dois dias antes, mas que voltaram para tirar fotos e acharam que os animais estavam mais agitados. Conforme o casal, no momento do ataque, Brancheau estava sangrando na área do rosto, e a orca a girava enquanto nadava.

Outras testemunhas que jantavam em um restaurante das proximidades afirmaram ao mesmo jornal que a treinadora acariciava uma das orcas quando foi atacada e levada para dentro da água. Minutos depois, um alarme soou e seguranças isolaram a área. Conforme o porta-voz da polícia Jim Solomons, a treinadora estava morta quando o resgate chegou.

Os responsáveis pelo parque, entretanto, afirmaram que a treinadora estava em um setor de contenção dos animais quando escorregou e caiu dentro do tanque, sendo "fatalmente ferida" por uma das orcas.

Dan Brown, presidente da SeaWorld Orlando, afirmou aos meios de comunicação americanos que a vítima era "uma das mais experientes treinadoras de animais" e que ela "se afogou em um incidente com uma de nossas orcas" "Este é um momento extremamente difícil para os parques Seaworld", afirmou.

Em nota aos meios brasileiros, a SeaWorld Parks & Entertainment comunicou a morte da treinadora --tratada novamente como "uma de nossas experientes"-- e informou que está instalada uma sindicância para investigar a causa do acidente. "Há diversos dados e detalhes que gostaríamos de compartir sobre esse caso, mas vamos aguardar os resultados oficiais e divulgá-los no momento correto", afirmou a empresa.

No comunicado, a SeaWorld reafirma que o momento é "extremamente difícil" e diz que, em 46 anos de história, nunca teve "um incidente como este". Conforme a empresa, todos seus procedimentos "passarão por severas investigações".

Tillikum

Segundo o "Orlando Sentinel", a orca envolvida, chamada Tillikum, que significa "amigo" na língua dos índios Chinook, já esteve envolvida em outros episódios controversos. Em 1991, ela foi responsabilizada pelo afogamento de um de seus treinadores durante um show num parque no Canadá. Vendida ao SeaWorld no ano seguinte, a orca se envolveu em um outro incidente em 1999, quando um homem nu foi encontrado morto em seu tanque.

Um ex-funcionário do parque disse ao "Orlando Sentinel" que Tillikum é, geralmente, mantida isolada das outras orcas do parque e que os treinadores não têm autorização para entrar na água com ela devido a seu histórico.

O parque SeaWorld pertence ao grupo Blackstone, dono também de parte de outro parque da cidade, o Universal.

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