quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Boneca cadeirante da Luciana de ‘Viver a Vida’ não está à venda, mas provoca polêmica


O Dia

Luciana (Alinne Moraes) está dando o que falar em ‘Viver a Vida’. E a boneca em homenagem à personagem, criada pelo artista plástico Marcus Baby e mostrada nesta segunda na coluna ‘Telenotícias’, de O DIA, também. “Todo mundo comentou. Já sofri muito vendo as cenas dela e resolvi prestar a homenagem. É um hobby, não faço com a intenção de vender”, explica Marcus, que já foi procurado por algumas personalidades com interesses comerciais.

Ele não vende, mas defende a ideia de que empresas invistam nessa empreitada. “Acharia fantástico ter bonecas cadeirantes, gays, negras, desde que não tornassem isso um gueto”, opina.

No mercado especializado, há quem já pense em mexer seus pauzinhos nesse sentido. “Penso com carinho nessa ideia de fazer uma boneca cadeirante. Mesmo antes de a novela começar, pessoas já me procuraram com a intenção de levar isso à frente. Mas os custos com a fabricação da cadeira de rodas dificultam o projeto”, explica Antônio Epaminondas, proprietário da fábrica de brinquedos Walbert, de Boituva, São Paulo.

O empresário, no entanto, toca em um ponto ainda mais complexo e cruel: o preconceito das pessoas. Ele sentiu isso na pele quando fabricou, na época de ‘Páginas da Vida’, a boneca Clarinha, uma alusão à personagem da novela de Manoel Carlos que tinha síndrome de Down. “Por dois anos tivemos o produto em nosso catálogo. Vendemos 10.403 unidades, o que é um número péssimo. Algumas lojas que nunca compraram de mim pediam meia-dúzia só para não dizer que não tinham. A novela impulsiona as vendas. Se voltar no ‘Vale a Pena Ver de Novo’, vende novamente. Mas o ser humano é maldoso”, resume. “Exporto para a África. O ano passado foram 5 contêineres. Nenhum de boneca negra”, polemiza ele.

Consultora da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedo (Abrinq), Cecília Aflalo defende que esse cenário tem mudado. “Na tese de mestrado que apresentei em 1998, citei o episódio de uma garota que tinha um Ken branco e uma Barbie negra. Depois de simular um beijo entre os dois, ela jogou a boneca longe e a chamou de bruxa. Hoje percebo que isso não acontece mais. Lembro-me também da Gessinho, que tinha a mão engessada, e já vi bonecas com muletas. Se você for a hospitais de crianças com câncer, as bonecas carecas são as que mais chamam a atenção. Todas elas são muito importantes para a questão da identificação. Mas o que acontece no Brasil é que o mercado de brinquedos funciona com renovação muito grande. E mesmo produtos bons saem de linha. Os bonecos imitam a vida e sentimos falta desses brinquedos”, defende Cecília.

Um comentário:

  1. Oi, Sou cadeirante e vejo essa rejeição aos brinquedos desse tipo desde quando lançaram uma edição limita de barbie na cadeira de rodas e foram repudiados pelos pais...eu lamento na quele tempo não ter comprado uma...gostaria muito de ter uma se vocês pudessem me ajudar a ter uma eu ficaria muitíssimo feliz....!!! meu e-mail elanerica@ig.com.br obrigado.

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